segunda-feira, 26 de março de 2012
segunda-feira, 19 de março de 2012
O bom senso que falta
«A economia engana-nos. Promete-nos a felicidade, mas as pessoas não são felizes. É preciso, antes de mais, trabalhar menos. É estúpido trabalhar cada vez mais, para produzir cada vez mais, para desperdiçar cada vez mais. É preciso acabar com este massacre: produzir menos, porque não é necessário produzir cada vez mais, trabalhar menos e se trabalharmos menos as pessoas podem trabalhar todas e ter tempo livre. »
(...)
Sente-se um profeta?
De modo nenhum. Sou um homem normal. Fico sobretudo surpreendido que nem todos pensem como eu, porque me parece que tenho bom senso.»
(...)
Sente-se um profeta?
De modo nenhum. Sou um homem normal. Fico sobretudo surpreendido que nem todos pensem como eu, porque me parece que tenho bom senso.»
Gangues
«Actos de vandalismo atingem familiares de dirigente do PND-madeira.»
Há quem tenha concepções destas de democracia. Não é só na Madeira. A complacência dos "partidos do arco governativo" (e a nossa complacência) ainda nos há-de de sair cara.
Há quem tenha concepções destas de democracia. Não é só na Madeira. A complacência dos "partidos do arco governativo" (e a nossa complacência) ainda nos há-de de sair cara.
quinta-feira, 15 de março de 2012
quinta-feira, 8 de março de 2012
O tempo e a prosa
Leio alguém dizer que aprecia uma determinada escrita sem malabarismos nem instintos barrocos e lembro-me que isso é um sentimento comum a muita gente, incluindo críticos e editores. Talvez por isso a D. Quixote tenha desistido de Javier Marías a um terço de O Teu Rosto Amanhã e ainda nenhuma outra editora tenha retomado o fio à meada, ou saltado para Los Enamoramientos. Não que Marías tenha exactamente uma escrita barroca ou uma carreira no circo, mas as suas frases longas, a procura em directo da palavra certa, por tentativas, ou a busca da melhor definição por soma de ideias, acumular de proposições ou conjecturas, o diálogo tenso entre opostos, a exploração de condicionais ou possibilidades, o arsenal que usa não para conseguir dizer tudo e roubar espaço à sugestão mas para concluir que o inefável e a dúvida permanecem, permanecem a insatisfação e a incerteza — mesmo que os dissequemos com minúcia forense à mesa de autópsias —, as suas frases longas, dizia, e a sua escrita elegante mas complexa, são talvez um estorvo no mercado português.
O tempo não está para longas dissertações a propósito de um biscoito, prefere videntes mais assertivos e breves. Talvez este tempo creia que a vida é simples, definível em três frases curtas; que alguns substantivos e um par de verbos explicam as pessoas, todas as pessoas, e as acções, todas as acções; que os dicionários devem fazer fitness até se tornarem léxicos escanzelados de passarela, sem carne nem substância nem multiplicidade. Talvez não vivamos todos no mesmo tempo.
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