Já
alguém o disse: a crise é o 11 de Setembro do Governo. Depois da queda do World Trade Center, Bush avançou para o Iraque. Por cá, o argumento para avançar com um choque liberal na economia eram as «gorduras» do Estado. Agora, o Orçamento mostra como este é
mesmo um «momento Bush»: como aconteceu ao presidente americano com as armas de destruição massiva, parece que afinal o Governo não encontrou «gorduras» no Estado. Não em número suficiente para o que o seu corte aplacasse a ira dos deuses.
O mais irritante disto é que, ao contrário do Iraque, em Portugal
há de facto gorduras. E não falo apenas dos
nababos.
Todos conhecemos os excessos que se cometeram, o endividamento, a fuga aos impostos (de ricos e pobres), as derrapagens, a corrupção. Portugal engordou, perdeu fibra. Errou, não restam dúvidas. Mas como é que se fica com a sensação que várias destas coisas (todas as que não sejam ideologicamente de esquerda) vão continuar a acontecer apesar da retórica puritana em vigor?
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