Uma amiga do meu amigo tinha toupeiras no jardim e queixava-se disso. Ele resolveu intervir. Minou o terreno, com cargas cirurgicamente distribuídas e ligadas entre si, posicionou-se, e, accionando o detonador à distância, rebentou com o jardim. Foi uma limpeza, diz. E bonito: o jardim elevou-se uns trinta centímetros, com um fragor surdo, e regressou ao chão. Revolto como se tivesse andado por ali um engaço furioso. Não havia mais toupeiras. Nem jardim. Agora era só passar um ancinho e semear nova relva, disse ele, com aquele sorriso de menino, de menino traquinas. Um sorriso de Calvin. Perguntei-lhe como se chamava a amiga, mas não, não era a Susie.
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